sexta-feira, 14 de julho de 2017

Epitáfio

Em meu repouso final não quero flores
Quero os corações amigos em reunião
Quero que me escrevam em uma canção
Nos poemas de amor e solidão

Aqui jaz a última das românticas
Que pelos sonhos viveu
Mas que na vida se perdeu

Aqui jaz a poetisa calada
A sonhadora inveterada
Numa terra onde sonhos não são nada

Se foi sem conhecer da vida
As alegrias tão prometidas por Deus
E o amor tão desejado para si

Foi árvore sem frutos
Foi pássaro sem ninho futuro
Da vida sai sem nada deixar

E quando me escreverem poemas e canções
Não deixem de anotar
"Morreu de tanto amor
Sem ninguém para doar"

terça-feira, 4 de julho de 2017

Noite de tormenta

Tenho medo da noite
Medo de fechar os olhos e me afogar
Presa em um caixão sem ar
Lutando para me libertar

Tenho medo da noite
Sufocada em pesadelos, tento acordar
Me ergo e grito
Meus olhos cerrados permanecem

Eu luto contra a noite
A noite me aprisiona com braços de ferro
Me debato e choro
Não sei mais o que é real

Tenho medo da noite
Tenho medo de mim
De não saber o que é real ou não
De um loop eterno de agonia

O dia parece não chegar
A noite me prende, me sufoca
Busco forças para acordar
Acordo num sonho que parece não acabar