terça-feira, 22 de novembro de 2011

Aos Músicos

Salve o dia em que se reverencia o trabalho daqueles que trazem melodia e harmonia para a nossa vida. Salve os que trabalham para levar divertimento aos demais. Dia 22 de novembro se comemora o dia da música. A data remete à padroeira dos músicos, Santa Cecília, mártir que utilizou-se da música para suportar a dor que os ferimentos mortais lhe causavam.

A música nos toma por completo. Quando menos esperamos, ela nos seduz e nos arrasta para seu leito melodioso. Envoltos em sua harmonia, hora consonante, hora dissonante, mergulhamos num mar de colcheias e semicolcheias, fusas e semifusas, mínimas e semínimas. As claves nos guiam por registro graves e agudos de frequências modulares que culminam na cadência perfeita da nossa existência.

No andamento da vida do músico, muitas vezes passamos por momentos Lúgubres, Tristesse. A necessidade obriga o músico a viver em Prestíssimo, entre aulas e concertos, estudos e partituras. Mas ao final do dia voltamos em Allegro porque o fazemos por amor.

Muitas pausas podem ocorrer na vida de um músico, ritardando a tão almejada estabilidade financeira. Se a pausa é de breve à longa, muitos acabam enveredando por outros caminhos, provocando uma cadência interrompida ou deceptiva. A necessidade pode afastar um músico de sua profissão, mas não consegue apagar o que na alma está marcado em Fortíssimo.

A todos nós que pela música vivemos. Temos o nobre trabalho de atingir a sensibilidade humana por meio da manipulação dos sons. Cada qual com o seu timbre característico levando a música aos corações humanos, seja pelo meio acadêmico, seja pelo meio da apreciação. A música sobrevive graças aos heróis que dela e por ela vivem. Que continuemos a nossa jornada musical sem que a mesma jamais chegue ao Fine.

Feliz dia dos músicos!!!

Parceiro: Casa da Musika

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Futebol: Paixão Sangrenta

Um time cai, um outro ri. Pelo riso se morre. Se mata pelo orgulho ferido de um time de futebol em declínio. Não são raros os casos de brigas entre torcidas organizadas que acabam por gerar tragédias. Não entendo a violência, tampouco uma violência gratuita que gira em torno de uma instituição, de um clube.

Sim o futebol é uma paixão. Aliás, quem de nós torcedores nunca xingou o adversário ou o juiz no calor de uma partida. Xingamos até os nossos próprios jogadores e técnicos. Também nos alegra fazer piadas bem humoradas acerca dos nossos mais respeitáveis adversários. É apenas rivalidade, e é bom que ela exista. Porém, dentro dos limites da razão.

Mas quando a paixão se torna uma patologia, se morre e se mata por um escudo, uma bandeira, um hino, uma camisa. Covardemente, os fanáticos agridem-se uns aos outros com armas de fogo, armas brancas, chutes ou pontapés. Balas de revólver tiram vidas e destroem sonhos. Deixam pais em luto e crianças órfãs. Selvageria muitas vezes televisionada.

Me recordo de um confronto entre torcidas da esfera paulistana de futebol. O estádio depredado por vândalos e assassinos em potencial que, armados com os destroços das cadeiras, matavam uns aos outros com pauladas.Que tipo de amor doentio é esse? Por que matar alguém que você nunca viu na vida, por causa de um time de futebol?

O sofrimento pela queda, eliminação ou decadência de um time não deve estar acima do repeito à vida. Não é justo abreviar uma vida por causa de uma rixa entre torcidas. Deveríamos acabar com as torcidas organizadas antes que as mesmas sejam responsáveis pelo fim do futebol.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Homossexualismo e a Intolerância.

Desde que pisamos neste universo e começamos a nos relacionar uns com os outros é muito provável que as relações entre seres do mesmo sexo já existissem. Ao passo em que os seres humanos iam se distinguindo dos demais animais, as relações afetivas foram adquirindo um carácter diferenciado que não se baseava apenas no sexo e necessidade de procriação. Da mesma forma, as relações homoafetivas foram se desenvolvendo na sociedade, porém abafada pelas regras impostas pelas normas e regimes na qual a sociedade firmou suas bases.

Foram necessários muitos séculos para que os homossexuais tivessem o direito de viverem sua orientação em sua plenitude. Ainda nos dias atuais prefere-se que os mesmos mantenham sigilo de suas ações. A hipocrisia faz com que muitos sequer liguem para a existência de gays ou lésbicas, desde que os mesmos não estejam inseridos em sua família e nem façam demonstração pública de afeto. O simples ato de beijar em público causa a revolta de muitos.

Alguns mantém dentro de si um grau tão elevado de intolerância que utilizam de violência física e/ou moral para tentar impor sua condição heterossexual aos demais integrantes da sociedade. Que dizer do tal estupro corretivo? Esta prática animalesca que visa por meio da violência sexual "curar" pessoas, mulheres preferencialmente, do homossexualismo. Que dizer também daqueles que simplesmente agridem verbal ou fisicamente um casal homoafetivo que está caminhando de mãos dadas numa rua?

Quando a intolerância vem de casa, uma situação que poderia ser facilmente discutida e entendida, pode ganhar ares de tragédia shakespeariana. Se as pessoas que compartilham o mesmo código genético e as mesmas memórias de vida não são capazes de tolerá-los, como podemos pedir que a sociedade como um todo  o faça? Sem apoio e muitas vezes sendo expulsos de casa, o caminho a seguir acaba por recair na prostituição.

Muitos são os que tentam "curar" o homossexualismo pela religião. Embora não consista na violência física ou moral, essa pratica é na verdade uma violência psicológica que tenta punir um suposto pecado e forçar o indivíduo a entender a sua própria natureza como sendo uma tentação demoníaca. Ao invés de "curado" o indivíduo fica reprimido. Suas funções biológicas continuam as mesmas, assim como seus desejos. Apenas os mesmos não são externados e são "controlados" por orações e penitências.

Só poderemos considerar a nossa sociedade como justa e igualitária quando a mesma for capaz de viver em harmonia com todas as suas diferenças, sejam elas de afetividade, religiosas, políticas, raciais, etc.