domingo, 23 de novembro de 2014

Poema da meia noite

Fito a luz fina que resplandece no meu quarto
No silêncio da noite, me calo
Lagrimas em meus olhos rolam como cachoeiras
Quão profundas são estas olheiras

São meu erros maiores que meus feitos?
Sou eu punida pela minha fragilidade?
Meu destino é perder o que mais estimo?
Existe rede de salvação no fim desta queda livre?

Quem me ouve, não me entende
E quem me entende, não me ouve
Olhos, ouvidos, punhos cerrados
Negação, escuridão

Ouçam, lá vem eles outra vez
Vestidos em capas douradas, com lanças em punho
Vem cavalgando em seus corcéis negros
Pisoteando minha alma até que ela caia em profundo pesadelo

São os agentes da dor
Os fantasmas da desolação
O grande perigo da humanidade
A consciência

Têmporas se contraem em dor
Pulsante, a cabeça pende
Os olhos pesam, inchados como bolas de algodão embebidas em álcool
O relógio bate a hora do silêncio, da solidão

Sinto falta de um abraço
Sinto que desperdicei aquilo que de bom desfrutei
Sinto que não vou reaver o que de precioso perdi
Desejaria morrer mil vezes em agonia,
Para recuperar por um instante aquilo que perdi

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Dor

Quem pode me ouvir no silêncio da noite?
Quem vai suportar as lágrimas de uma invisível criatura?
Quem vai ouvir um coração pulsante em agonia?

Não, as paredes que se fecham não são apenas muro
São redoma
Encaixotando a dor e a esperança.

Em silêncio repousam as lágrimas
Elas que são rio
Elas que tentam lavar a dor.

A cortina se fecha
Sem público, sem aplausos
Não há gran finale

O mundo segue seu curso
Todos dormem em paz