terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Conspiração

Os Estados Unidos são conhecidos pela força bélica, econômica e pelas teorias da conspiração. Cada fato novo, notícia de grande repercussão ou mesmo um grupo novo de sucesso, surgem teorias mirabolantes para explicar os fatos em suas "reais" bases. Não tem sido diferente com os atentados de 11 de setembro. Muitos são os que acreditam que a família Bush teria tramado todo aquele horror que acompanhamos pela televisão.

Sejamos muito cautelosos antes de cairmos nas redes das teorias conspiratórias. É bem verdade que os governos americanos tem uma mania irritante de financiar novos regimes de governo pouco democráticos. Foi assim com o nosso regime militar. Temendo o crescimento do Socialismo no mundo e percebendo que o Brasil era um grande candidato a seguir tal regime, os americanos não exitaram em mandar recursos para que o golpe ocorresse e sufocasse as tentativas comunistas e socialistas.

Em outros países o mesmo ocorreu e ao longo dos anos os EUA passaram a pousarem de delegados do mundo, controlando os regimes e países mais vulneráveis. O que eles não imaginavam é que poderiam estar cavando a própria sepultura. Política é feita de alianças e as mesmas são facilmente rompidas, especialmente quando as duas partes se encontram fortes o suficiente para se enfrentarem. O governo americano cometeu um grave erro segundo análise do célebre Maquiavel: deu chances para que os "principados" conquistados pudessem se levantar contra ele.

Não acredito, sinceramente, que Bush ou qualquer outro na posição dele, seria capaz de atentar contra sua própria população visando apenas o poder econômico. Hoje a guerra está sendo repudiada pela maioria, mas 10 anos atrás, todos clamavam por ela. Nada disso difere do Vietnã. Tampouco de Hiroshima e Nagasaki. Os americanos tiveram seu orgulho ferido e mergulharam no medo e a resposta de um país cuja história é baseada em luta armada é sempre de contra atacar pela força.

Mas tal como se deu no Vietnã, os americanos se mostram fortes no poderio bélico, porém fracos em estratégias. Desta forma, o país se arrasta por 10 anos de uma guerra que lhe toma milhões e reduz sua confiabilidade a cada dia. A guerra não é mais rentável, porém o país não pode simplesmente causar a confusão e deixar a desordem para que outros arrumem a casa. É preciso dar condições para que os países invadidos possam se reerguer, o que requer mais gastos.

Muitos falam que haveriam bombas nos prédios e que eles explodiram, o que ocorreria também com outros prédios do local. Essa afirmação, além de pouco confiável é quase infantil. Um avião repleto de combustível já é uma bomba em potencial. É só observar nos mais simples acidentes desse veículo. A vasão de combustível, aliada às fagulhas do impacto são suficientes para causar danos incríveis. E diferentemente de uma implosão de um edifício, uma explosão atingirá uma área muito maior, comprometendo estruturas vizinhas as do local atingido.

Não sou a favor de guerras. Sigo Jesus, Gandhi e todos os revolucionários que pregam pela reação pacífica. Porém meus ideais contrários ao pensamento americano não me dão o direito de pregar o anti americanismo, ou de achar que os EUA são o "câncer do mundo" como muitos afirmam. E afinal quem somos nós para julgarmos as atitudes norte americanas se o próprio Brasil exerce na América Latina o mesmo papel controlador? Se quando foi formado o Mercossul, a grande queixa era a de que o Brasil exercia uma soberania exagerada, impondo sua moeda mais forte e sua forma de comércio? A verdade é que Brasil e EUA diferem apenas na proporção de sua atuação, mas os princípios são bem semelhantes.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

11 de Setembro

Sozinha, no meu quarto onde minha companhia se resumia ao meu violão. Entre acordes e dedilhados, estudos em partituras, estava mergulhada em mim mesma. Foi então que liguei a pequena televisão que lá havia e me deparei com dois gigantes em chamas. Demorei a entender do que se tratava, até ser reprisado o exato momento do impacto. O violão, meu fiel companheiro, ficou de lado. Não havia sentido, naquele momento, retornar às partituras. O mundo mudava naquele instante.

Em um ato suicido-homicida, um avião é atirado contra um edifício de trabalhadores. Em partes, nos faz lembrar de Pearl Harbor, muito embora aquela fosse uma situação de guerra e o alvo eram militares com condições de se defenderem. O World Trade Center era um local de trabalho, onde pais e mães da família trabalhavam para garantir o sustento próprio e da família. Nos aviões usado como misseis, idem.

10 anos se passaram. A fragilidade do gigante do Norte foi exposta. Nunca mais ele foi o mesmo. Tornou-se amargurado, vingativo, psicologicamente frágil. A terra das oportunidades se tornou a terra das dificuldades, das quebras de banco, da quase recessão. Guerras infinitas, dívidas em moratória, filas de desemprego superiores às ofertas de trabalho.

A perseguição no mundo árabe culminou com a morte do terrorista, mas os efeitos do terror não foram extintos. Morreu o malfeitor, mas o mal ainda vive. Endeusada pelas mentes corroídas em lavagens cerebrais, a imagem do mal ainda paira no Universo, em forma de falsos profetas que disseminam uma falsa ideia de religião. Deturpando o sagrado, formam exércitos de zumbis dispostos a porem fim às suas próprias vidas para que os grandes permaneçam em seus palácios, cercados de luxo e riqueza em sua dominação sobre os mais frágeis de sua nação.

Muitos no mundo se negam a partilharem da dor das famílias do 11 de setembro. Negam-se unicamente por uma visão política, uma rixa entre ricos e novos ricos. Não vêem além de números para contabilizarem tragédias maiores ou menores. Pouco importa se morrem dois mil ou dois milhões. São vidas, seres humanos que realizavam suas tarefas diárias, que tinham sonhos. São gente, não números. Poderiam ser um de nós ou um dos nossos. Deveríamos pensar no individual, na mãe que perdeu seu filho, no marido que perdeu sua esposa, nos tios, primos, noivos, irmãos.

Um minuto de silêncio pelas vitimas dos atentados. O olhar voltado para onde hoje fica o Marco Zero. A história não pode ser refeita, mas pode se refazer a sociedade. Mesmo abalada, triste e machucada, a fênix ainda pode surgir das cinzas, fortalecida e, quem sabe, mais justa e humana. O mundo não será mais o mesmo. Ao menos podemos sonhar que ele se torne algo melhor.