sexta-feira, 8 de abril de 2011

Realengo

Alô, alô Realengo: Aquele Abraço! Aquele abraço para os que ficam, para aqueles que hoje apenas existem. Aquele abraço para os que sofrem e choram a dor de uma tragédia anunciada pela incapacidade humana de valorizar a vida. Hoje a noite não tem estrelas, apenas reina a escuridão. Apagarão-se as luzes das vidas inocentes que da vida apenas queriam um pouco de alegria. Em meio ao clarão e ao estrondo da pólvora, uma a uma as estrelas iam-se apagando. Alvos de uma mente doentia que empunhando uma das mais cruéis criações dos homens, elegeu-se Deus e decidiu sobre quem daqueles pequenos deveria viver. Não fomos capazes de dizer não ao armamento da sociedade. Somos responsáveis pela proliferação de tragédias causadas por armas de fogo empunhadas por pessoas desequilibradas. As estrelas que se apagaram nesta vida hão de brilhar numa próxima. Mas para aqueles que ficam, as feridas são profundas demais e as cicatrizes não se apagarão. Existir hoje é dolorido demais para quem teve de enterrar seu pequeno tesouro. Não há remédio que possa aliviar esta dor. Apenas o tempo pode adormecê-la, embora que a mesma estará sempre presente. Aquele abraço, para aqueles que hoje duvidam do amanhã. Aquele beijo carinhoso para quem está imerso na dor. Apenas o amanhã será capaz de aliviar o sofrimento. Aquele adeus para os nossos novos anjos da guarda que nasceram para uma nova vida. Que Deus possa dar-lhes o que os homens não foram capazes: proteção.

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