quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Solidão da Lua

A Lua existe. Sem que seja necessária a existência da noite ou do dia, a Lua existe. Ela não exige condições para a sua existência. Discreta durante o dia, brilhante durante a noite, existe solitária no firmamento. Quando Nova, esconde-se na sombra da Terra, quando Cheia atrai as marés.

Rodeada pelas estrelas que queimam ao seu redor, não possui luz própria. Reflete a magnitude do grande Astro Rei. E solitária contempla como todo o Sistema cerceia o Sol, girando em torno deste e dele nutrindo-se de energia.

A Lua deseja o Sol, deseja ser Sol. Quer para si a a glória de ser o centro de tudo. Mas a Lua não é o Sol. E nem o tem. A Lua é apenas a fiel escudeira do planeta Terra. Por vezes, enciumada, a Lua esconde o Sol por detrás de si, mas este não se contenta em ser um mero coadjuvante. Mesmo oculto, sua imensa luz escapa à circunferência da Lua, formando o mais belo dos Anéis.

A Lua afasta-se e contempla a vitória do Sol. Permanece só, apenas um reflexo. Porém um belo reflexo, contemplado pelos amantes apaixonados, almejado pela ciência dos homens e detentora dos grandes mistérios.

Não há dragão, não há bandeira. A Lua permanece incauta, intocável, distante do fogo e do vento. Solitária e contemplativa, a Lua reflete a alma dos sonhadores.

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