quarta-feira, 4 de abril de 2012

Belo Monte: Uma Mancha Que Não Se Apagará

As escavadeiras já rugem alto. A obra mais cara do PAC já se iniciou e ainda estamos alheios a tudo que acontece na bacia do Xingu. Informações partidas, politicagem, danos à natureza e aos moradores da região. Após tantas manifestações contra a obra, tantos dados que mostram o quão danosa a hidrelétrica será para a já tão sofrida região amazônica, a mesma sairá do papel. E se tornará parte da nossa história. História que começou, ao menos perante os livros, com a ocupação e devastação empregada pelos colonos. Estamos perpetuando este legado dos nossos antepassados.

Desviar e represar o Xingu é assassiná-lo em prol de gerar pouca energia e muito dinheiro. Os únicos vencedores deste duelo são os empresários que sugam a vida da Amazônia, extraindo-lhe suas riquezas e sua vida. Em tempos de debates sobre sustentabilidade, aquecimento global e reciclagem, o governo se volta para o crescimento econômico irresponsavelmente. O imediatismo do capitalismo cega os economistas que prezam mais pelo ganho monetário do que pela perpetuação da natureza e da qualidade de vida da humanidade.

Estamos acelerando rumo ao vergonhoso futuro apocalíptico previsto nos filmes de ficção científica de décadas atrás. Sem árvores, sem vida. Apenas lixo, dinheiro sujo e doenças. Sem camada de ozônio, com represas que impedem o rio de correr livremente, sem peixes pois estes não sobrevivem no barro, com o Sol queimando diretamente a nossa pele já sofrida de tanta radiação que faz com que o aparecimento de cânceres tomem proporções assustadoras.

Não somos capazes de mudar a realidade da nossa política porque fechamos nossos olhos em prol de afinidades partidárias e falsas ideologias. Belo Monte se realizará, assim como tantas outras desastradas obras. Não nos será de grande valia, não gerará a energia prometida. Engolirá milhões de Reais e de vidas. Mudará irremediavelmente a paisagem do nosso país e quando passarem 20 ou 30 anos virá algum novo barbudo empaletozado que enfim nos dirá o quão errônea foi a escolha de uma hidrelétrica quando o mais certo seria investir em energias limpas como a solar e a eólica.

Nos restará apenas a vergonha.

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