Os defensores das cotas, se baseiam no passado de escravidão para nos mobilizar e convencer-nos pela força da comoção. Que a história do Brasil é recheada de contos de fadas, isso não é mais segredo para a maioria. A Abolição da Escravatura foi apenas uma forma de se livrar dos problemas que era manter famílias inteiras de negros, com direito a alimentação, moradia e cuidados médicos. Nunca foi feito um programa que desse subsídios para que aquelas famílias pudessem caminhar com os próprios pés. Imagino a abolição como o final do filme Nemo da Disney. Os peixes conseguem fugir do aquário, mas estão todos presos dentro das bolsas plásticas. Alguns morrerão sem conseguirem a liberdade, outros que consigam sair das bolsas não terão como sobreviver em alto mar. Os negros sobreviveram, mas isolados em guetos.
A Lei de Cotas não está aí para reverter a situação que o nosso passado causou na população negra. Ela está aí para aumentar uma estatística que envergonha a nossa política. Porque na nossa política, números falam mais alto do que a realidade. E nas próximas eleições, todos vão exibir estes números de forma orgulhosa para exaltar os "avanços" nas políticas públicas do país. Aliás, esta também é uma opção mais barata do que simplesmente reformar a educação pública básica.
O Brasil é o país do paliativo. As verdadeiras reformas sempre são substituídas por medidas "provisórias" que acabam por se tornar "leis" e, consequentemente, são totalmente abandonadas dos planos políticos. A educação, a saúde, a segurança, as moradias irregulares, nada disso recebe a atenção devida dos nossos representantes. Aí vem os programas eleitoreiros, as Bolsas. E nós engolimos porque temos fome. Aceitamos porque os "arreios" que nos são colocados impedem-nos de enxergar outra solução. Apenas conseguimos visualizar aquilo que está na nossa frente, o "torrão de açúcar" que nos estendem frente aos nossos olhos.
Richard Bach escreve em seu livro Fernão Capello Gaivota: "Vê mais longe a gaivota que voa mais alto". Se alçarmos longos voos veremos o quão pequena é esta medida. Que não basta "jogar" as pessoas no ensino superior sem antes dar-lhes a devida preparação. Como chegarão o filhos das cotas nas universidade? Como sairão os profissionais formados neste sistema? Como estará o mercado de trabalho para estes? Será que não estamos apenas dando os peixes, e não ensinando-os a pescar? E quando o Sistema achar que já fez o bastante, como ficarão os seus órfãos?
Eu sou contra o sistema de cotas. Acho-o demasiado racista, politiqueiro e ineficaz para a formação de profissionais competentes. A educação se faz essencialmente nas bases. As esferas superiores são o complemento de uma base sólida. Não se constrói uma cobertura no 20º andar de um prédio se a fundação é fraca. É preciso urgentemente exigir que as escolas públicas preparem suas crianças e seus adolescente para a vida adulta. A partir deste ponto é que estaremos realmente aptos a formarmos profissionais em áreas diversas nas esferas superiores. Estes jovens precisam de base, de outra forma, serão apenas jogados na boca do leão para aprender a se livrar de lá por si sós.
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