A morte nos chega aos poucos
Nos toma a cada suspiro
Cada batida do coração
É uma batida a menos
Cada olhar lançado no horizonte
É um olhar a menos
Cada gota de orvalho
Pode ser a ultima
A morte nos vem de mansinho
Nos acaricia a cada sonho
Enamora-se de nós em nosso repouso
Espera o momento certo de nos abraçar
Cada fio de cabelo que cresce, morre
Cada palavra dita ou não dita, morre
Cada criança que hoje brinca, morre
Cada árvore que nutre e floresce, morre
Frio, tremor, torpor
Morre o dia, morre a noite
Morrem sonhos, morre o amor
E eis que morremos todos
A cada dia vivido, é menos um dia
Cada página arrancada do calendário
É uma página a menos de existência
A morte reina serena
Nas nossas perdas e despedidas
Morremos a cada partida
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