sábado, 7 de março de 2015

A paleta da dor

A dor é uma paleta das mais diversas cores
Do vermelho do olhos chorosos
Da transparência das lágrimas
Do brilho dourado que tinge a branca pele do rósea ao púrpura
Roxo, vermelho, sangue, derrame
Que empalidece com os dias, amarelando as feridas
Formando um arco íris sofrido que se demora a desfazer-se
Que salta aos olhos mais curiosos, mesmo camuflados em grossos tecidos
É a essência do sofrer que não se conforma em ser interno
Tem de vir à tona, à pele
Na superfície sufocante da dor, não mais psíquica apenas
Mas tornada física
Num êxtase agoniante, uma dor pulsante
A respiração que se corta quando a dor é intensa
Interrompe o pensar
E queima, e coça, e esmaga
Deixa o vermelho da vergonha
Numa palheta tingida pelo inferno que corrói a alma

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