sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Alguém de lugar nenhum

Ser, existir e não pertencer
Pertencer à coisa alguma
A lugar nenhum
Sentado em busca do nada

Tentar encaixar um losango num quadrado
Uma forma concêntrica em um triângulo isósceles
Há sempre brechas
Há sempre vazio

Buscando o lugar nenhum das canções dos Beatles
Jeremy, tão Nowhere Man que pela geleia perolada se tornou
King Jeremy, The wicked
Besouros ou pérolas, jeremy governou sua Nowhere Land

E quantos de nós não somos como ele?
Pequenos num mundo gigante
Gigante morando numa ervilha
Não cabemos em nós mesmos de tão grandes e tão pequenos

Grotescos o bastante para apreciar o sofrimento
Sonhadores demais para aceitarem a sociedade
Se o chão não nutre, que o céu traga tormentas
Afinal, melhor morrer sendo o que deveria do que viver e nada ser

Silêncio. À noite abafa os gritos da alma
Sussurros e gemidos camuflados pela noturna penumbra
Nowhere land, Nowhere plans
Perdidos num oceano de incertezas.

Somos todos um pouco utópicos
Os sonhadores, os mártires, os poetas
Párias da sociedade
Em busca da conformacao da alma

Homens de lugar nenhum buscando ser alguem

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