quinta-feira, 17 de março de 2016

O golpe dos golpes

Esta sou eu quebrando o silêncio.
Em meio às discussões políticas, mais similares a fanatismos e psicoses, me calei por acreditar que de nada valia prejudicar relacionamentos pessoais por meros conceitos e divergências neste ramo.

Pois bem, após eleições controversas, embates em redes sociais e protestos de parte à parte, resolvo voltar a postar sobre política neste blog. Uma vez que percebo que a nossa inquietude está atingindo níveis perigosos. Níveis que nos fazem agir mais uma vez pela emoção e não pela razão. Momento em que políticos, juízes e partidos são elevados à categoria de deuses. Em que a obrigação é vista como ato de heroísmo.

Acredito que tivemos a confirmação de que vivemos em uma ditadura disfarçada. Em que um fantoche ocupa a cadeira de chefia, enquanto por trás, um ventríloquo manipula as ações. E com o aval do nosso povo passional, que ama a idolatria aos populistas. Que se comove com cada imagem terna de uma criança negra e pobre sendo acariciada por seu "Messias". O "salvador". O "Sassá Mutema" da nossa geração. O Fidel Castro da nossa pseudo democracia presidencialista.

São tempos em que permitimos a corrupção em troca de pequenas bolsas em universidades ou míseros "trocados" para aplacar nossa fome. Enquanto rios de dinheiro se esvaem dos cofres públicos, nossa saúde, educação e segurança também escorrem de nossas mãos. Nossos direitos nos fogem como plumas em uma ventania. Nosso direito a uma aposentadoria justa nos é tirado, pois a contribuição que geramos com tanto esforço em 30 anos de trabalho árduo não consegue suprir o escoamento cada vez mais absurdo do nosso investimento.

Tudo isso tem o nosso aval. Que demos com nosso voto. Que endossamos cada vez que defendemos a bancada corrupta, com a desculpa de que vão prender este, mas não aquele. E por que defender este então? Por se sentir grato pelo pedaço de pão que ele lhe deu? Enquanto ele se refestela com caviar? Até quando vamos rastejar por migalhas.

Ando nas ruas, em ônibus lotados. Do alto da minha pseudo hierarquia social, vejo pessoas dormindo nas ruas. Comendo de latas de lixo. Foi assim que se deu fim aos miseráveis deste país? Escondendo, maquiando, negando a existência dos pedintes, dos favelados, dos marginalizados?
Bem, eles existem. Mas não nas estatísticas governamentais. Ali se abaixa a linha de pobreza para que se tenha a ilusão de um crescimento. Eleva-se o salário mínimo em diferente proporção aos aumentos dos produtos de que necessitamos. E em diferente proporção aos que empregam com salário mínimo. Empregadores então demitem e "contratam" serviços que não tem vínculo empregatício. Que pagam abaixo do mínimo, por serem prestação de serviço, e, consequentemente, deixam de recolher os impostos que nos garantem nossa "esmola da velhice".

E o golpe se concretiza quando o herói dos tolos ressurge como "ser supremo" da nação. Escapa de uma investigação com uma manobra de mestre, mais uma vez endossada pela nossa "paixonite" cega.

E o que será de nós no futuro?

Nenhum comentário:

Postar um comentário