terça-feira, 26 de abril de 2016

Cuspe na cara: seus filhos aprenderão

É lícito agora a agressão pública. Cuspir na cara de um adversário político ou de um casal em um restaurante é endossada pela população. É comemorado aos quatro cantos a agressão, a falta de educação. É justificada pelos erros dos outros.

Sem entrar no mérito do porquê da agressão, é esse o legado que devemos deixar para nossos filhos? Que está tudo bem em cuspir na cara do outro por não concordar com ele? Ou que devemos pagar uma agressão na mesma moeda?

Gandhi falava que o olho por olho apenas deixa o mundo inteiro cego. Jesus Cristo dizia que devemos oferecer a outra face. Martin Luther King Jr. se negava a reagir violentamente quando era agredido. Mas nós endossamos o cuspe de Jean Wyllys ou de José de Abreu. Porque nossas convicções políticas validam esses atos vergonhosos.

Eu já levei cuspe na cara uma vez. Devia ter 10 ou 11 anos. O motivo? O garoto simplesmente não ia com a minha cara. Estava sentada em cima de um carro, o garoto passou e me cuspiu, assim do nada. O que fiz? Absolutamente nada. Não valia a pena revidar. Usar fogo contra fogo. Não que eu nunca tivesse desejos de partir para cima dele. Mas de que isso ia me adiantar? Me tornar igual a ele? Não, eu não queria isso.

Da mesma forma, não quero ver meus filhos agindo assim. Cuspindo, agredindo verbal ou fisicamente outra pessoa. Por mais que esta mereça. E depois do cuspe, o que virá? O grito? Depois do grito, o soco? Depois chutes? E onde isso acaba? Em tiro?

Agredir nunca foi a solução. Violência apenas gera mais violência. Se perde a razão. Por mais nobre que seja a causa, ela se perde se você cede à brutalidade. E quando vermos nossas crianças agindo brutalmente umas com as outras, vamos refletir sobre os modelos que apresentamos a elas.

O que você quer para os seus filhos?

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