quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Hidra de Lerna: Porque eu não grito "Fora Temer"


A Hidra de Lerna é um monstro da mitologia grega. Dotada de um corpo de dragão e três cabeças de serpente, a Hidra era filha de Tifão e Equidna. Conta a lenda que, cortada uma de suas cabeças, nasciam duas no seu lugar. Matar a Hidra foi o segundo dos 12 trabalhos que a deusa Hera impôs à Hércules. Ao perceber que, em se cortando uma de suas cabeças nasciam duas em seu lugar, Hércules pediu que Jolau as queimasse com um tição logo após serem cortadas para que cicatrizassem no ato. Assim, lhe foi possível derrotar o monstro.


A Hidra era tão venenosa que apenas seu hálito era capaz de matar um homem. Após cortar e cauterizar cada cabeça, Hércules arrancou a última que era considerada imortal e a enterrou debaixo de uma grande pedra. Assim, matou o monstro definitivamente.

Assim como a mitologia grega, a política é formada de enormes monstros venenosos. Retirar um de seu cargo é como matar uma Hidra. Corta-se apenas a cabeça, porém nascem duas em seu lugar. O impeachment é uma ilusão. Pois não matamos o monstro da corrupção. Apenas recriamos mais 2 ou 3 corruptos no lugar.

A PEC proposta pelo governo federal é uma afronta à Constituição Federal, promulgada em 1988. Porém, a PEC apenas foi proposta por Temer e seus ministros. Quem votou e aprovou foi a câmara e o senado. Então retirar Temer vai extirpar o problema? Não acredito em tal afirmação.

Daqui a 2 anos, no mínimo metade dos deputados federais estará renovando o seu mandato. Também muitos dos senadores estarão sobrevivendo aos protestos. Por que Temer é o único que deve sair? Por que os Renans, Collors e afins continuam no poder? Quem realmente fala pelo povo?

O povo não sabe votar. Quando elegeram Dilma, deixaram que ela governasse sem base. Bem verdade que o povo já estava farto dos escândalos Petistas. Mas que solução tão absurda votar na candidata "menos ruim" e deixá-la sem aliados. Sem falar que quem votou em Dilma, votou em Temer. É bom refletir sobre os vices dos seus candidatos. Afinal, somos mortais. E quem assume nas viagens, nas ausências e numa eventual morte?


Corte a cabeça e veja que nascem duas em seu lugar. E daqui há 6, 8 ou 12 anos, veremos antigos inimigos juntando as mãos e firmando mais um reinado de hipocrisia. Porque é assim que se faz política neste país. Eu asseguro o meu. Eu dou um pouco aqui e ali para os pobres. Encho suas barrigas de pão e farinha para inchá-los, jogo música podre de graça nas praças, mas não convido-o para o grande banquete. Da pizza, apenas a borda seca. Do delicioso manjar, apenas taça para se lamber. Da bela safra de vinho, o vinagre.

Acreditamos mesmo que existe um salvador. E lhe damos a capa, o cetro e a coroa de louros. E ele está lá em cima do palco, do palanque, do altar. Acima de nós. Rico, fino, cheio de regalias. E nós continuamos pastando. E se daqui há 2 anos ele nos desagrada, gritamos FORA. E vem outro em seu lugar para perpetuar a nossa sina de gado.

Existe então cura para este mal? Sim. Hércules nos ensinou. Corte as cabeças, todas elas. Cauterize-as. Quando restar apenas a última cabeça, que não é imortal na realidade, corte-a e enterre-a debaixo da mais pesada pedra que encontrares. E o que significa toda essa fábula?

As cabeças são vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Corte-as e sobrará um presidente solitário. Um governo ingovernável. Um lobo solitário. Então sim, podemos gritar Fora Temer. Assim podemos realmente fazer a mudança. Mostrando que a força está no povo. E que os governantes devem trabalhar pelo povo e para o povo.

Pensemos...

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