quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Anorexia: Uma fera silenciosa.

Isabelle Caro, Ana Carolina Reston, Luisel Ramos são nomes de mulheres que morreram atormentadas por um fantasma. Assim como Karen Carpenter e outras tantas que sofrem anonimamente de um mal silencioso que ataca corpo e mente. A fera atende pelo nome de Anorexia e é irmã de outra fera chamada Bulimia. O alvo principal são mulheres, em especial adolescentes que se tornam obcecadas em atingir um certo padrão de beleza. A beleza se esvai nos corpos cadavéricos, envelhecidos e esqueléticos de jovens que não conseguem enxergar nada além de números impressos em uma balança. Jovens cujos olhos percorrem todo o corpo buscando encontrar e exterminar o pouco de gordura que lhes resta cobrindo seus ossos. Pouco a pouco, o corpo começa a sucumbir pela inanição, com a falência de múltiplos órgãos. É incrível que após tantos anos e tantas mortes ainda não nos foi possível vencer a guerra contra esta fera que engole tantas jovens vidas. É ainda mais impressionante que a mídia ainda exalte a magreza excessiva como padrão de beleza obrigando, ainda que inconscientemente, essas jovens a se enquadrarem num padrão que fere a estrutura física a qual elas foram geneticamente projetadas a possuírem. O corpo morre, mas a morte primeira é a da mente. É a mente que traça objetivos, que estabelece metas. É a mente que se desliga do que os olhos revelam como sendo alertas para focar em pontos que destoam da meta traçada. A mente doente não enxerga a forma cadavérica do corpo, focando apenas nos pontos em que o mínimo de gordura parece resistir. A cada vida perdida, percebemos que ainda é preciso muito esforço para vencer essa fera silenciosa que insiste em rodear e aprisionar tantas jovens.

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