Que a mídia controla o pensamento e, muitas vezes, as atitudes das massas, isso não se discute. Porém a produção musical de mídia é, na maioria das vezes, produto de consumação rápida. O que toca nas rádios incessantemente de janeiro à março, desaparece por completo em novembro ou dezembro. Em sua maioria, essa produção é descartável e sem alicerce que a façam enraizar-se verdadeiramente como cultura.
Existem muitas definições para a palavra "cultura". Porém, vale ressaltar que a cultura é um dos elementos que se utiliza para classificar a identidade de um povo. Como pode a "cultura de massa" identificar um povo se a mesma não possui identidade definida? Ela é algo hoje e amanhã não é mais, torna-se outra coisa que não tem relação nenhuma com o que era anteriormente. Pelo menos não no quesito estético ou mesmo da forma. Assemelha-se apenas pela explosão mercadológica.
Não que o mercado tenha que obrigatoriamente estar dissociado da cultura. A arte e a cultura também podem ser consumidos enquanto produtos, mas nem tudo o que é produto será arte ou cultura. Para que o produto seja artístico, precisa ter relevância no futuro. Para ser cultural, necessita imprimir ou traduzir alguma característica de identidade de um segmento populacional.
Seria possível um produto artístico e cultural ser consumido em larga escala? Sim tal possibilidade é verdadeira. Porém a velocidade da produção artístico/cultural é incompatível com o que deseja a mídia de consumo. Por esse motivo, os produtos que trazem rótulos e embalagens chamativas, por vezes apelativas, e cujas letras são de fácil memorização são mais comercializáveis. Exibidos à exaustão, serão substituídos logo que perderem sua força no mercado.
É necessário que se diferencie o que é cultura, arte e mídia. O que está em alta e faz sucesso não necessariamente se enquadrará nas duas primeiras. A arte e a cultura são eternas, porém o que é de mídia logo cai no esquecimento.
Parceiro: Casa da Musika
Parceiro: Casa da Musika
O que vem da mídia é como a poeira numa estrada deserta.Quem verá o fenômeno?
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